- Stevenson, Robert
- Pandorga
O médico e o monstro (The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde) é um clássico de diversas maneiras: forma, conteúdo, caracterização. É precursor — ao lado de Frankenstein, por exemplo — do gênero da ficção científica. O estereótipo que conhecemosnos dias de hoje como “cientistas loucos” certamente bebe na fonte dos doutores Frankenstein e Jekyll. Lançado em 1886, o livro aborda a questão do bem e do mal, trazendo para a Literatura um debate sobre o subconsciente, tópico que se iniciava na época suscitado pelo gérmen do que se corporificaria como teorias psicanalíticas. Poucos anos depois de sua publicação, os estudos de Sigmund Freud revelaram a existência de uma face oculta da mente — há, de fato, um Sr. Hyde que se esconde atrás de cada Dr. Jekyll. O romance é um exemplo proeminente de ficção vitoriana. O clássico foi, seguramente, um dos livros mais adaptados para o teatro, cinema e televisão em todo o mundo. A obra obteve tamanho sucesso que até os dias atuais o termo “Jekyll e Hyde” é utilizado pela sociedade científica como termo para designar desordens patológicas de cisão ou duplicação da personalidade. Para acompanhar o romance, selecionamos um dos maiores contos de Robert Stevenson que também trata da temática da dualidade e do maniqueísmo do ser humano: Markheim. O terror e a dúvida moram lado a lado e só os corajosos conseguem se voltar para o seu próprio interior e contemplar o monstro que lá habita.
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